quarta-feira, 8 de outubro de 2025

NOSSO ECLIPSE

Era lua cheia...

Desesperado, contei meus segredos pra lua! 

Que envergonhada, logo escondeu-se por detrás das montanhas. 

Aí veio o sol à ter comigo! 

Carrancudo, judiou de mim, 

Fez-me desejar ter me calado. 

Foram mais de doze horas de tortura. 

Era verão, e o seu calor quase insuportável, parecia querer me castigar pelo que disse a linda lua. 

Anoiteceu e já meio timida, faltando um pedaço, surgiu a lua. 

Temi pelo dia passado e nada mais lhe contei, porém calado eu fiquei, só à observar e contemplar a sua magnitude, talvez esperando uma resposta ao que antes te falara. 

Desta vez, fui pego de surpresa! 

Antes que ela se fosse, surgiu o sol, e, mais um dia de castigo... 

Assim foram passando os dias e as noites, e eu apenas sofrendo e observando. 

Observando o quanto ela parecia fugir de mim. 

Mais oculta e menos duradoura, à cada novo dia. 

Até que de repente, já não dava mais tempo de contemplar o seu esplendor, já quase sem brilho. 

E logo no dia seguinte, nem a vi, era lua nova! 

E também o sol escondeu-se de mim, 

Desapareceu, fazendo-se noite completa, às 10 da manhã... 

Era um enigmático eclipse! 

Onde a lua pois-se no caminho do sol e só então eu entendi... 

Entendi que assim também somos nós e nossos caminhos, 

Nossas aventuras, desventuras, encontros e desencontros. 

Assim são as nossas vidas! 

Dias sofridos, noites mal dormidas.

Dores e feridas... 

Enquanto aguardo o nosso eclipse, 

Quando faremos nossos dias virarem noites, 

Nossas noites, um elo ao paraíso... 

Por quanto, isso é tudo! 

É só isso o que eu espero e preciso! 


José Gomes 

São Francisco de Itabapoana, RJ-BRASIL. 

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