sábado, 26 de agosto de 2023

FERIDO DE AMOR

Sentimento traiçoeiro...

O amor me feriu;

Fazendo-me prisioneiro,

Neste mundo febril.

Hoje não sou mais que metade,

Pequenino como um grão de areia;

Vitimado deste sentimento sem dó,

Aprisionado no canto de uma sereia,

Serei contado nas lendas de um pescador;

Outros iguais a mim, virão!

Vítimas deste indomável amor.

Só você pode libertar-me dessa prisão;

Vem dar-me de volta a vida,

Ah! Venha matar essa minha paixão!


José Gomes

São Francisco de Itabap

oana, RJ/ Brasil.


domingo, 20 de agosto de 2023

O AMANTE DA LUA

Castigado pela impiedade do sol, 

Sigo em passos alongados, o meu caminho;

Sou como cão sem dono,

Sigo sem destino, como pássaro sem ninho.


Sou apenas a metade de um amor que vaga,

Sou o amante da lua;

Que prateia a minha estrada,

Fazendo seguir a minh'alma em busca da sua.


Esta noite é lua cheia...

Minh'alma se veste de solidão;

Em busca de ti, vou até o raiar do dia,

Quando a lua platinada parte deixando partido o meu coração.


A lua vai se escondendo,

Vem rompendo a manhã;

Ainda de ti, eu tão distante,

Sinto só o seu perfume de maçã.


Antes que eu pereça,

Vem morena, vem me amar!

Lança seu negro véu sobre mim,

Cobre-me esta noite, da prata lunar.


Pois o sol logo vem despontado,

Não sei se um dia a mais vou resistir;

Tá doendo, tá difícil,

Ter só o luar, sem você aquí!


José Gomes

São Fra

ncisco de Itabapoana, RJ/ Brasil.

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

O DESPERTAR

Tá mirando...

Querendo bater de frente;

Tem aviso...

Vai ter tinir de corrente!/


Se me despertar, vai ver, vai ouvir...

Nas curvas da vida, tudo é tão de repente;

Se derrapar, vai rolar,

Tem tinir de corrente!/


Vem pisando mansinho,

Passei só prá avisar!

Não diga que despertei de repente.

Ainda estou a repousar./


Vai ouvir tinir de corrente,

Se algo mais alguém escutar;

Não sei bem o que pode ser,

Talvez pequenos ossos à estalar./


Se me despertar vai ter tinir de corrente...

Então, vai encarar?

Chega mansinho, olhando onde pisa,

Pisando devagarinho pra não despertar.


Meu sono é leve,

Um passo em falso e posso acordar;

Pega visão, se liga!

Vai ouvir tinir de corrente, melhor não se arriscar.


São Francisco de Itabapoana RJ/ Brasil.

terça-feira, 8 de agosto de 2023

VOCÊ CHEGOU EM MIM

Você invadiu minha vida,

Chegou sem ter hora marcada;

Trouxe consigo, música, amor e poesia,

Alegrou minha vida e sequer pediu nada.


Fez festa em meu viver,

Um lindo jardim brotou donde só haviam ervas daminha;

Hoje temos lindas flores, hortências, orquídeas...

De todas, a maís linda flor és tu, rosa minha.


Tocastes pra mim, a maís linda melodia,

Entoaste por me despertar da dor;

Fez rimas ao meu novo sorriso,

Pusestes em meu peito o mais puro amor.


Implantou em minha vida o mais doce poema,

Inundou com o seu bálsamo, todo o meu ser;

Penetrou em meu póros,

Vertendo-se hoje em música, amor e poesia por todo meu viver.


José Gomes

São Francisco de I

tabapoana, RJ/ Brasil.


domingo, 6 de agosto de 2023

PORTEIRA FECHADA

Pelas estradas da vida,

Nem sempre todos os trechos são de livre trafegar;

Haviam trechos com passadiço,

Noutros há porteira fechada, é preciso parar.


Felizes os que aínda encontravam,

Abençoado "menino da porteira";

Pra lhe abrir, dando passagem,

Deixando-lhes seguir antes que chegasse a poera.


Salve, salve, menino da porteira!

Já fostes tú, daquele tempo o progresso;

Eras o "via fácil,"

Facilitando a ida, encurtando o tempo do regresso.


Hoje vejo tudo acontecendo daqui do meu sertão,

Por aqui só ouço buzina e som de motor;

Não há mais som de berrante,

Esqueceram o "menino da porteira" e o que ele melhor fazia, com todo o amor.


Agora que o meu tempo já quase jaz,

Em vídeos, ainda posso ver as comitivas matreira;

E de ouvidos já quase cerrados, ainda espero ouvir...

O toque do berrante, só pra me sentir pela última vez, o "menino da porteira."


José Gomes

São Francisco de Itabapoana, RJ/ Brasi.

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

O ESTRANGEIRO

Partistes por um novo rumo,

Sequer olhastes pros que ficaram pra trás;

Partistes por um mundo melhor,

Pros que ficam, nem um abano de mão em tanto faz.


Encontrou o destino que lhe fizera prisioneiro,

Depois de tantos, agora aqui já serás forasteiro;

Tratado a ponta de pé,

Caçado por cão perdigueiro.


A que vieste aqui buscar?

A que vieste, forasteiro?

Acaso perdestes da lida o leme?

Depois de tantos, sois aqui, apenas estrangeiro.


Destino de tantos,

Apenas poucos tem a coragem;

Daqui que tudo levastes,

Não há lugar pra ti, nem sua bagagem.


Tarde demais!

O sol pra ti, aqui já se pôs, forasteiro!

Não há albergue que o acolha,

É proibido aqui, abrigar estrangeiro.


José Gomes

São Francisco de Itabapoana, RJ/ Brasil.

A MAIS AGUERRIDA

Todos os dias, eu agradeço ao Criador, Por Tua bondade, paciência e dedicação; Fizestes primeiro, todas as coisas, Só por último fizestes...