sábado, 31 de agosto de 2013

O SOM DAS ALMAS





As almas se desprendem e despendem-se,
Relembram-se de suas raízes,
Vales, rios, foz, matizes...
Mas de repente, ao ecoar dos desfiladeiros,
Saudades... Desejos matreiros.
Dá-se o encontro com a decepção,
Ao frentear-se com a liberdade,
Almas imploram por socorro,
Perdidas nos vales do desfiladeiro,
Ao dar-se contas de que o preço de tal liberdade,
Pagar-se-á ao perder-se por inteiro.

Gomes

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O ÚLTIMO ESTÁGIO DA DOR

O ÚLTIMO ESTÁGIO DA DOR
A dor corre nas veias,
Transpira nos poros,
Anestesiando desejos e rompendo a calma,
Lançando a perder-se aos desfiladeiros
Depressivos da alma.
No peito, um coração aflito,
Bate agitado, forçando e comprimindo o cérebro,
Que sábio, inutilmente pede calma à sofrida alma.
De repente, o desfiladeiro é mais nítido,
E a calma chega por um instante;
No vale das almas, há um novo marco,
E no alto do desfiladeiro, há um novo mirante...

Gomes  

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

EU PRECISO DO TEU SORRISO


Em sonho, vi um sorriso sem rosto,
Acordei sobressaltado, angustiado,
Imaginando como podia ser...
Novamente adormeci e voltei a ver...
Desta vez, um rosto, mas sem sorriso.
Percebi então que havia duas partes,
Que perdidas, buscam-se.
Pus-me então de pé,
Levantei-me sem sequer sentir,
Fui até a rua e por ela segui,
Passei por praças, avenidas, mas não o vi,
Não vi sequer um sorriso,
Nenhum! E tanto que eu preciso...
Voltei então e moldei uma máscara que continha aquele sorriso,
O que tanto preciso...
E novamente saí à rua,
A mirar as faces, sem sorriso,
Mas não, ainda não é a sua,
Sigo então, dias e noites a ti buscar,
Quero encontrar o teu rosto triste e te descansar,
Quero entregar-te um sorriso,
Não apenas o que moldei pra te encontrar,
Mas também despertar o próprio teu, ao te revelar:
Busquei-te dias e noites sem sessar,
Saudoso, encontrei-te, desejando eternamente te amar.
Eu preciso, quero,
Exijo o teu sorriso,
Ele é o meu tudo,
O que eu mais preciso!


Gomes

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

AS RUÍNAS DO AMOR


Bem vindos as grandes ruínas do amor,
Hoje tomadas por um imenso jardim sem flor,
Apenas folhas caídas ao chão,
Não mais habitada pelo amor,
Tiveram suas paisagens moldadas por sua nova imperatriz,
Foram alimentadas e irrigadas pela dor.
Imperando audaz o jardim que fora do amor,
Cultivando exóticas plantas xerófitas,
Ocultas até do luar,
Pois teme... E sabe...
Um dia o amor há de voltar...
Trazendo de volta os raios de sol,
Devolvendo a transpiração,
Fazendo brotar olhos d’agua,
Onde a aridez fora implantada,
Sepultando as ruínas e fazendo renascer edificações
Tao imponentes,
Tal qual o cume dos seios de sua amada.


Gomes 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

"NEGRA"


Tua pele negra,
Negra tal qual terra virgem
A espera da semente,
Com coração pulsante,
De desejo ardente.
Simplesmente “negra”,
Com sua pele dourada do sol,
Fortes desejos a despertar,
Negra, conta-me um segredo...
Quem te disse que se faz é assim?
Que foi que te ensinou a assim amar?
Negra, se me contares eu prometo:
Aprender com o seu jeito,
Mostrar-te o meu defeito,
Amando-te do meu jeito,
Confundindo tudo em meu peito.
Entre quatro paredes,
 Guardarei o teu segredo,
Porém eu te imploro:
 Prometa-me sem medo...
Amar-me todos os dias,
Que de mim não te guardo segredo,
Ama-me todos os dias,
Pois perder-te é o meu maior medo.


Gomes 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

ATÉ OS ANJOS RECOMENDAM-ME VOCÊ

Até os anjos recomendaram-me você
Vim porque entre todos os tempos,
Dedicas o teu apenas ao meu ser,
Porque ao pôr-do-sol,
Somente a tua voz entoa o meu adormecer.
E ao despertar,
Tu eis o meu trago,
Meu bocado de pão,
Meu café amargo.
A luz do meu sol,
Em meio a tantas rosas,
Meu único girassol.
Entre tantas verdades,
Porque não dizer...
Até os anjos recomendara-me você.


Gomes 

VOU CUIDAR DE NUNCA TE OUVIR ME DIZER ADEUS

Vou cuidar de nunca te ouvir me dizer adeus.
 

Todos os dias eu me pergunto:
Até quando estarás comigo aqui?
E vejo nos teus gestos, a resposta...
Você nunca me abandonará,
Mesmo que eu troque os dias por noites,
Ou que eu perca da lida, o leme,
Você aqui estará.
Com flores ou sem,
Mas tendo o meu abraço,
Agora sei que estarás bem.
Aqueles sonhos que guardastes,
Não te serão mais sonhos,
Mas sim troféus tão logo os conquistastes,
Pois mesmo se eu antes partir,
Pois até posso me ir,
Mais não sem antes lhe entregar a semente,
Do arbusto que subirá contigo ao mais alto céu,
Só para lhe mostrar as estrelas,
Donde estarei a lhe observar,
Regando nas noites,
O fruto de o nosso semear.
Mas só pra me certificar,
De que você sempre virá me ver,
Vou cuidar de nunca te ouvir me dizer adeus.


Gomes 

A MAIS AGUERRIDA

Todos os dias, eu agradeço ao Criador, Por Tua bondade, paciência e dedicação; Fizestes primeiro, todas as coisas, Só por último fizestes...