domingo, 17 de agosto de 2025

PRENDA-ME, POR FAVOR!

Por favor, prenda-me!

Não mereço estar em meio a sociedade;

Minha presença já não é assim tão recomendável! 

Agora, em minha mente só gera maldade.


Adquiri instinto selvagem,

Já nem me conheço...

Coloca-me entre quatro paredes,

Por quanto, sei que é tudo o que mereço.


Guarde as chaves onde só tú saibas,

Só a noite, após o teu turno, venha me interrogar.

Direi-te que já sou criminoso,

Só de tantas sandices pensar.


Confesso-te, que tamanho absurdo, 

Jamais poderia eu, imaginar;

Eu, que até então era pacato,

Pus-me agora em desacato, só de intentar.


Mas por favor, aponte logo em meu peito, sua .40,

Ponha-se logo em defesa! 

Posso não ser assim tão pacato,

Já te desejo ecaixada em meus braços deitada sobre essa mesa!


Aperta logo o gatilho! 

Não precisa ter de mim, piedade! 

Sei que meus instintos, agora são maus,

Mas sobre o meu coração, só tú tens autoridade! 


Se ainda mais, queres saber, volte amanhã,

Por hoje me basta de tortura;

Deixa em descanso esse pobre bandido! 

Volte amanhã e te conto um pouco mais, sobre minha amargura! 


À noite, num estalo e a chave gira!

O inquérito continua...

Quero logo por fim aos motivos do porque me deter,

Sabe, outro dia tive a sorte dos meus olhos cruzarem com o seus, no meio da rua.


Desde então, meus instintos se corromperam,

Agora, ser esse bandido é a minha inclinação! 

Talvez seja essa, a minha revolta...

Viver com o peito vazio, onde antes pulsava um coração.


Não sei se foi minha a culpa,

Tão pouco direi que a culpa foi sua! 

Só sei que agora, penso ser eu, um contraventor,

Tentando tomar de ti, o meu coração, como um trombadinha no meio da rua! 


Agora que tu sabes o meu delito,

Tú sai batendo a porta, e aqui me deixa aflito.

Porta fechada, logo sei que ainda vai voltar,

Bem sei que para ti, também foi surpresa e agora é o teu coração que está em conflito. 


Outra noite, na chave mais um giro! 

La vem ela, confusa e desarmada;

Olhos voltados pro chão,

Talvez por saber tão quanto é desejada.


Só então diz que irá por fim a minha tormenta,

Peço-te então, que lance logo a minha sentença;

Olhando agora em meus olhos,

Lança-se sobre mim, com viemência.


Seu crime é brando!

Porém sua sentença será de amargar;

Sua algema agora é no dedo,

Sua prisão será domiciliar.


Jpgomes

São Francisco de Itabapoana RJ-Brasil.

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