Dizem que, espelhos quebrados,
São de mal agouro e dá azar...
Acho que, por toda minha vida, Morei em casa de vidro, e só as fiz se quebrar.
Agora, em meio aos estilhaços,
Ao relento, desabrigado estou;
Tentando juntar os cacos,
Pequenos bocados do que me restou.
Sete vezes sete, sei lá!
Talvez ainda um pouco mais...
São tantos estilhaços, que já nem sei...
Hoje vivo um tanto faz...
Sete, à contar do primeiro, tudo bem!
À contar do último, já é um pesadelo medonho;
Mas, sete vezes sete...
Aí é melhor desistir de ser real e viver de sonho.
Porque os sonhos sim, são meus...
Assim como você;
Dorme, acorda, vive em mim,
Ninguém é capaz de lhe roubar do meu bem querer.
Onde não há espelhos,
São apenas as paredes paralelas à minha solidão;
Lá eu te embalo, te nino e acordo!
Estás sempre comigo, guardada entre as paredes do meu coração!
José Gomes
São Francisco de Itabapoana, RJ-Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário