terça-feira, 30 de setembro de 2025

NOSSO ENCONTRO

Viajamos por caminhos diferentes, 

Tempos, eternidade talvez;

Onde estávamos, quando tantos se amavam? 

Talvez esperando a nossa vez! 


Talvez cochilamos no tempo,

Viajamos ao som do vento...

E só agora estamos aqui,

Sabemos de si, mas a distância é o lamento! 

 

Talvez eu grite!

Leberte o meu lamento ao vento;

Talvez chegue até ti,

Talvez, talvez tu ouças o meu lamento! 


Tanto tempo...

Perdido entre amor e em busca de amor;

Tantos solitários por-do-sol!

Até que um dia, a ferida se cure e do peito se cale toda dor.


Por quanto, um sorriso! 

No desejo, um abraço, um beijo, etc. e tal;

E com sabor de reencontro de uma eternidade,

Um sorriso, dos seus lindos olhos de cristal.


Não, não é despedida! 

É o primeiro encontro... 

E então, nossos corpos sentem,

Enquanto nossas almas vivem um reencontro.


E nossa história não estará eternamente assim,

Viveremos dias e noites, mesmo que distantes;

Pela distancia, corpos separados,

No cosmos, almas visitantes.


José Gomes 

São Francisco de Itabapoana, RJ-Brasil.



sexta-feira, 19 de setembro de 2025

O UMBUZEIRO FELIZ

Oi criançada, eu sou um umbuzeiro! 

Sou um árvore falante, porém sou muito timida, só falo com pessoas que tem paciência e tempo pra me escutar. Se você passar apenas me olhando de longe, jamais ouvirá de mim uma única frase sequer! 

Talvez por sorte, encontrei essa pessoa que parou e esperou o meu tempo, e só então olhando com os olhos desviados de mim, falou:

- Oi, eu sou o João! 

E pra minha surpresa, ele não saiu correndo quando eu lhe respondi:

- Oi, eu sou o umbuzeiro feliz! 

Ele me encarou de frente e me respondeu:

- Muito prazer, eu estou a visitar o sertão nordestino e parei à lhe observar; como pode, você ser tão assim, frondosa e ainda frutificar, no meio de toda essa aridez? 

- Ah, é por isso que eu sou o umbuzeiro feliz! Se não, eu seria apenas o umbuzeiro e seria talvez igual a esses cactos ou essas plantas que você vê por aí, quase sem folhas, esperando o milagre dá benção, chamada de chuva! 

- Sim, mas então me conta logo esse segredo, é a sua felicidade que te abençoa e te faz superar assim, a aridez? 

- Não, o meu segredo não é a felicidade e sim a benção! É que Deus quando me criou, deu-me a benção da capacidade de criar com o passar dos tempos, grandes bolsões nas minhas raízes, e durante o período de abundância de água, ou seja, quando aparece alguma chuva por aqui, eu vou captando e carregando os meus bolsões e quando vem a estiagem, eu posso me nutrir, quando a terra e o ar já não tem água a me oferecer. Por isso é que eu sou feliz, pela benção dessa capacidade em que Deus me presenteou. Por paga, eu presenteio o sertão com minhas frutas, quando a maioria das árvores já na podem sequer oferecer sua sombra e sucumbem à aridez desta terra. 

- Nossa, que história linda você acaba de me contar! Porque você não conta pra todos que te visitam e os faz sabedores da grande benção e da sua felicidade? 

- Não consigo, eu sou muito timida, João! Essa história eu te pesso pra contar por mim, mas nunca se esqueça de dizer sempre: "Eu sou o Umbuzeiro feliz"! 

E aqui, eu acabei de te contar a história de uma árvore que nasce e vive e frutifica no sertão nordestino, sobressaindo-se e distribuindo alimento, quando muitas outras sucumbem e morrem por falta de água. Por isso, quando você ver uma árvore, principalmente se for frutífera, observe-a bem, quem sabe ela não tem uma linda história pra lhe contar! 


José Gomes 

São Francisco de Itabapoana RJ-Brasil. 


NOSSO ECLIPSE

Era lua cheia... Desesperado, contei meus segredos pra lua!  Que envergonhada, logo escondeu-se por detrás das montanhas.  Aí veio o sol à t...